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História do shibari (Parte 1)

O Shibari é uma palavra japonesa que significa “amarrar”. Ela não é derivada do Kanji 縛, já que ela existe na língua japonesa (de forma não escrita) antes da importação por monges budistas do sistema de escrita chinês no Japão. Shibari se escreve  com o Kanji 縛  e o hiragana り, formando 縛り(Shibari) [1]. A origem de amarrar corpos vem do hojojutsu, que é uma técnica usada no Japão feudal para imobilizar seus prisioneiros, neste mesmo período muitos interrogatórios usavam técnicas de torturas com cordas (semenawa).

Por volta 1900, esta tortura era representada em tradicionais teatros kabuki, em peças como Nisshin Senso – Youchi no Kataki-tan ( Primeira guerra sino japonesa – o conto do ataque noturno), onde enfermeiras japonesas eram humilhadas e torturadas por soldados chineses. Essa peça tocou profundamente um rapaz de quartoze anos chamado Seiu Ito (伊藤晴雨). Alguns anos depois ele se tornou um investigador, pintor e fotógrafo das torturas, principalmente as que envolviam cordas, em 1928 ele publicou o primeiro fotolivro referente a este assunto chamado “Seme no Kenkyu”  (Estudo da Tortura), ele também organizou vários shows em teatros e hoje em dia é conhecido como pai do shibari [2].

Já no pós-guerra entre as décadas de 50 e 60, revistas como a Kitan Club (o clube da estranheza)[3], onde seu conteúdo era bem variado e tinha como temas o sexo, tortura, histórias de detetive e ficção científica. Abriu espaço para várias representações de fotos e gravuras de pessoas amarradas, que influenciou diretamente o pink cinema na década de 70, onde foi criado vários filmes abordando o erotismo com cordas [4], com a criação das fitas VHS na década de 80 a popularidade do shibari disparou e Nawashi’s como Eikichi Osada, Shikou Shima, Akechi Denki, Arisue Go, Nureki Chimuo e Haruki Yukimura, se tornaram celebridades no japão, já que apareciam constantemente em reportagens e difundiram a cultura SM (sadomasoquismo) no país,  eles também formaram uma geração de rigger’s que permitiram a saída dessa arte do Japão.

Hana to hebi, 1974
File: Kitanclub1952.jpg
Kitan club; 1952

(Em breve teremos a segunda parte)

Referência:

1 https://fetlife.com/groups/23278/group_posts/8045056

2 http://smpedia.com/index.php?title=%E4%BC%8A%E8%97%A4%E6%99%B4%E9%9B%A8

3 http://smpedia.com/index.php?title=奇譚クラブ

4 Sharp, Jasper (2008). Behind the Pink Curtain: The Complete History of Japanese Sex Cinema. Guildford: FAB Press. ISBN 978-1-903254-54-7.

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